quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Amor antigo

o amor antigo vive de si mesmo,

não de cultivo alheio ou de presença.

nada exige nem pede. nada espera,

mas do destino vão nega a sentença.



o amor antigo tem raízes fundas,

feitas de sofrimento e de beleza.

por aquelas mergulha no infinito,

e por estas suplanta a natureza.



se em toda parte o tempo desmorona

aquilo que foi grande e deslumbrante,

o antigo amor, porém, nunca fenece

e a cada dia surge mais amante.



mais ardente, mas pobre de esperança.

mais triste? não. ele venceu a dor,

e resplandece no seu canto obscuro,

tanto mais velho quanto mais amor.

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