o amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
nada exige nem pede. nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
o amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
mais ardente, mas pobre de esperança.
mais triste? não. ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Todo Risco - Damario Dacruz
Há 2 meses
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